segunda-feira, 30 de junho de 2008

Aprenderam a voar.


Ele passou, ela olhou. Talvez ele não tivesse percebido. Um carnval bem diferente do normal para os outros... Realmente a palavra que os descreve é encanto. Estava encantada. Algo diferente, ou não, para uma data como aquela. Uma barraquinha do beijo delimitava o que viria. Ela recuou, ele segurou sua mão e o coração disparou. Sentou, olhou, conversaram. Encanto.

O beijo, um longo beijo. E outro, e outro. A hora de ir para casa havia chegado mas o pensamento estava bem ali com ele.

Mais um dia, mais um beijo. E assim em todos os outros dias de carnval. Ela era a primeira e a última, não poderia ser melhor. As risadas, os momentos, as brincadeiras. Tudo estava voltando para a casa dela com ela.

Ele seria o novo passo. Ela colocava os pés no ar, não se preocupava, ele voava com ela. Os dias comprovavam ainda mais o que sentia. Naquele instante ele foi tudo o que ela quis. Tantos telefonemas, tanto contato, tantas conversas. E o repentino sentimento de dúvida, será que seria a hora certa?

Ela voava e, mesmo longe, conseguia vê-lo. Ele estava nos pensamentos dela, era só fechar os olhos.

Ele havia marcado um momento único em sua vida e ela se sentia muito bem quando falava com ele. O que seria do amanhã, não poderíam prever mas eles ainda estavam em um mesmo plano,ela podia sentir.

Os versos simples escritos a mão, as palavras doces escolhidas a dedo e o momento mágico vivido como se fosse o último todos aqueles dias, estavam gravados na memória e eles faziam questão de ainda lembrar.





"... se um anjo encontrar eu vou pedir pra ele te proteger."

terça-feira, 24 de junho de 2008

. Nada estava em parte


O caminho estava bem ali na frente dos dois. Havia sim pedras, umas á vista, outras escondidas. Mas estavam de mãos dadas e juntos passaram por cima de todas, ou quase todas. Ela parecia não se sentir tão segura, mas ele vigiava seus passos e os tropeços traziam maturidade, a mesma que hoje mantínha-os separados.
Haviam congelado um momento único para eles. Tanto nada no tudo. A data a fazia lembrar de tudo mas, agora, percebia que nada restara. Como seria se fosse diferente? Estariam juntos comemorando o amor. Ele não existia mais, nem ele nem o amor... Pra quem ela falaria sobre isso? Rodeada de pessoas com o sentimento de solidão.
O destino aliado transformou-se em folha morta. Não havia porque esperar por ele ou por outro dia.
Ele transformou os dias dela. Fora um sonho que chegara ao fim. O coração batia tanto quando estavam se aproximando. Imaginaram tanto juntos. Ele havia determinado uma parte única da vida dela.
Nada quando estavam separados poderia ser comparado ao momento que estavam unidos como um só. Falar de amor tornara-se tolice e ela não possuía a mesma visão. Assim como ele, agora, entendia que o melhor era esquecer. Fora só recordação de algo que já havia passado. Não precisaria olhar para trás... Tudo estava perdido e, assim era melhor para os dois. A separação não estava mais em parte.


"...nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará."
Dia 23.

domingo, 22 de junho de 2008

...vazio.


Era fácil.

Ela só queria alguém com quem pudesse dividir o abraço, o carinho e a atenção. Hoje sentia falta de uma vida passada mas não do passado em si... Buscava algo novo com pitadas do antigo, uma revolução então.

Sentia, agora, uma enorme vontade de chorar. Queria sentir a proteção.

A vida é muita curta e nós só vivemos uma, disseram...

Mas esse momento ela não queria aproveitar, não hoje.

Queria correr de tudo e de todos.






"...apague a luz, vamos fugir daqui?"

terça-feira, 17 de junho de 2008

. mais uma vez


Ela e ele, separados no tempo, unidos pelo mesmo sentimento. Uma linda história que jhavia sido deles e que só eles entendiam. Como pensar em um sem pensar no outro? Não, não era possível. Buscavam formas de entender as diferenças mas, talvez, aí que morava o segredo.

Possuíam semelhanças sim. Por mais que isso não ficasse em evidência constantemente. Ele mudara, ela crescera. Sentiam falta do abraço, do cheiro, do beijo. Ah, o beijo! Como era diferente , fora do normal . Carregado de sensações.

Ele gostava de observá-la falar, ela gostava quando seus olhos brilhavam. Ele significava tanto pra ela. Ela se destacava perante a igualdade das outras. Com os dois, tudo fugia do normal. Tudo se tornava tão real quando estavam juntos. Ela gostava de chegar em casa e fechar os olhos. Isso a fazia não se sentir sozinha. Ele completava alguns pedaços que haviam ficado no passado. Ela chorava quando estava com ele. Ele pedia para ela sorrir. Eles brincavam juntos, riam juntos. Ela achava que sentia isso sozinha. No fundo sabia que o presente não tinha semelhanças com o passado. Preferia sentir medo a sentir certezas. Não era a hora para isso. Eles tinham planos. Não era o momento de pensar no que se tornaria realidade. Ela descobria com ele. Ele gostava de estar com ela.
Existia um cartão que ela lia sempre que queria pensar no novo lado dele. Se sentia tão protegida. Quando observava o modo como falava, o coração apertava. Lembrava do dia em que tudo voltou a ser o que, talvez, nunca deixara de ser. Tanta conversa, tão pouco tempo. Ele, enfim, a olhou. Ela, enfim, entendeu. O abraço foi absolutamente inesplicável. Em instantes os lábios verbalizaram toda a saudade, todas as vontades. Aquele dia ficaria fincado na memória de cada um.
Tanto nada lembrava o tudo. Ela tinha motivos para deixar tudo como estava. Mas nada a fazia desistir de querer. Ela o queria . Ela o adorava. Ela o desejava. Ela o tinha ( do jeito dele), mas não queria que ele a deixasse ir outra vez.
Parecia que, para eles, o amor não acabava. Não parecia ter fim. Um sentimento que existiria para sempre. Talvez, o que mudaria, seria a forma de vê-lo. Ela o via nele. O entendia apenas com o gesto, com o olhar.
Sentia saudade quando estava longe. Mas por já ter se acostumado com sua ausência na vida, era mais fácil enfrentar essa falta. O cheiro dele na roupa dela. Ele estava em sua pele, podia sentir. Por ele, ela sabia que poderia sentar e esperar o outro dia. Não importava o tempo e sim a intensidade.
Com o tempo ela havia crescido, estava mais madura. Isso a fazia ter os pés no chão. Ela gostava de pensar assim...
Os pensamentos soltos traduziam suas palavras. Não ter certeza era a explicação para o amor. Não buscava mais a perfeição, ela não existia. Tudo se tornava clçaro aos poucos, e, o medo do escuro estava acabando. Talvez ele fosse a luz.
De alguma forma se sentia presa a ele mas, no seu agora, era livre para voar. Os dois sabiam o que representavam. Ele parecia o início, meio e fim dela. Ela era especial, ele dizia.
Os olhos estavam fechados, ela sentia sua mão nos cabelos, seu perfume e até mesmo seu calor. Os olhos estavam abertos e a imagem refletia o que ela sempre quis: ele.
Tinha medo de amar, entretanto, indiretamente, quem poderia dizer que não estava? Ás vezes ela fugia das verdades. Outras ela mudava a situação por não saber como agir. A verdade, é que no fundo ela sabia sim. Só não sabia se era a hora certa de demonstrar. E não era, se fosse ela saberia.
Existia um segredo que deveria deixar de ser. Nada de mal os alcançava. Onde quer que fossem de um jeito ou outro estariam juntos. E nisso não havia dúvida alguma... Era sempre mais uma vez.






"...te tive com a certeza de que você podia ir, te amei com a certeza de que iria voltar."