Ela sabia que ia dar certo, algo novo a pegara de surpresa e cada dia era diferente em si. Falar de outra vida, talvez, pudesse explicar o que estava acontecendo. Afinal a única explicação lógica era que haviam se relacionado em outra vida. Não era lógica, mas era uma perfeita saída pela tangente. E, assim, volta-se a lógica.
Quem poderia dizer que não eram príncipe e princesa? Ou que ele a conquistara enquanto ela colhia flores em um jardim no século passado? Ele poderia ter salvado-a de um dragão em um dia de tempestade? Quem sabe até viveram um amor que não há como explicar? Ou até a ciência, que diz que há seis elos ligados a uma única pessoa o trouxe até ela, duas vezes e a terceira havia sido mera confirmação? Apenas hípoteses, na imaginação de cada um, mas que conseguiam fazer voar.
Os momentos eram parcelas, o beijo tornou-se a soma, o total e quem sabe não tenha sido o melhor? Tanto querer resumido em um segundo que, talvez, não precisasse acabar. Ela havia fechado os olhos, acomodara a cabeça no peito dele. E, quando os dedos deslizaram em sua nuca o coração bateu forte. As mãos possuiam um encaixe único e estavam a todo momento presas e bem apertadas. A promessa de dois mil abraços fora trocada pela brincadeira do cento e setenta e um. Ela gostava do sorriso dele. Ele mudara de "vou te conquistar" para "estou te conquistando", será? A dúvida ficara no ar.
O gostoso era lembrar e relembrar de como tudo começara isso remetia à um frio na barriga que ela gostava de sentir.
Como era diferente, agora ela participara do clube então. Ela sentia, ele sentia, sentiam juntos. O olhar estava gravado na memória e o pedido de "sonhe comigo"fora atendido.
Talvez, pela primeira vez, fugia das hipérboles, sem exageros estava ali de olhos fechados, sentindo o que estava à sua frente para ser sentido.
".Tudo, quando é intenso, dura tempo necessário para ser inesquecível"