domingo, 31 de agosto de 2008

Cento e setenta e um abraços?


Ela sabia que ia dar certo, algo novo a pegara de surpresa e cada dia era diferente em si. Falar de outra vida, talvez, pudesse explicar o que estava acontecendo. Afinal a única explicação lógica era que haviam se relacionado em outra vida. Não era lógica, mas era uma perfeita saída pela tangente. E, assim, volta-se a lógica.


Quem poderia dizer que não eram príncipe e princesa? Ou que ele a conquistara enquanto ela colhia flores em um jardim no século passado? Ele poderia ter salvado-a de um dragão em um dia de tempestade? Quem sabe até viveram um amor que não há como explicar? Ou até a ciência, que diz que há seis elos ligados a uma única pessoa o trouxe até ela, duas vezes e a terceira havia sido mera confirmação? Apenas hípoteses, na imaginação de cada um, mas que conseguiam fazer voar.


Os momentos eram parcelas, o beijo tornou-se a soma, o total e quem sabe não tenha sido o melhor? Tanto querer resumido em um segundo que, talvez, não precisasse acabar. Ela havia fechado os olhos, acomodara a cabeça no peito dele. E, quando os dedos deslizaram em sua nuca o coração bateu forte. As mãos possuiam um encaixe único e estavam a todo momento presas e bem apertadas. A promessa de dois mil abraços fora trocada pela brincadeira do cento e setenta e um. Ela gostava do sorriso dele. Ele mudara de "vou te conquistar" para "estou te conquistando", será? A dúvida ficara no ar.

O gostoso era lembrar e relembrar de como tudo começara isso remetia à um frio na barriga que ela gostava de sentir.

Como era diferente, agora ela participara do clube então. Ela sentia, ele sentia, sentiam juntos. O olhar estava gravado na memória e o pedido de "sonhe comigo"fora atendido.

Talvez, pela primeira vez, fugia das hipérboles, sem exageros estava ali de olhos fechados, sentindo o que estava à sua frente para ser sentido.






".Tudo, quando é intenso, dura tempo necessário para ser inesquecível"

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A dança, o 2º encontro e uma 2ª opção.


Talvez o boné fosse o disfarçe. O casaco, fechado até em cima, denotava sua vontade de ficar escondida. O all star, puro conforto. O dia não era dos melhores. Ir, ficar. Parou, ficou.

A dança dava um ar diferente ao domingo. Não eram simples dois pra lá e dois pra cá, ela agora percebia. Um dia no anonimato e mesmo assim alguém à observara. Agora percebia que não era um domingo qualquer, agora sim.

Havia uma comemoração a ser feita e uma festa foi dada, um segundo encontro. Ela sentia algo diferente, estava quieta observando. Enfim ele concluiu "a menina do boné". O que aconteceu naquele momento é, talvez, inexplicável. Uma sensação diferente foi jogada no ar e os olhos explicaram tudo. Ele era ele. Um pouco confuso, não para ela.

Um pedido para mais uma dança foi feito, às escondidas. É claro que haveriam outras danças! Ela se sentia bem com ele...

Entretanto, nada poderia ser comparado à aquela conversa bem ali no meio de um tudo como se na verdade não existisse nada. E mais pra frente à aquelas conversas. Incrível como tinha a imprensão de que o conhecia há tempos... isso realmente era verdade. A ligação que os conectava era forte e isso fazia toda a diferença.

Ao mesmo tempo ele à instigava. Um e mail no meio da madrugada, a escolha da segunda opção. Ele queria conquistá-la, ela não sabia quais eram os limites. Se é que existe limite quando há encanto. Ele estava na medida certa ela deveria concordar.

She* e um passo a mais para entender tudo o que estava acontecendo. Ele passara de um ponto de interrogação para uma vírgula e isso a deixava feliz. Restava saber o que viria depois dela e aí o ponto de interrogação se encaixava perfeitamente outra vez.

Ele era sua certeza, sua dúvida, o certo e o errado. Ele era um tudo e o nada. A idéia de que o destino deveria ser deixado de lado à fazia querer entender cada vez mais a forma que pensava. Pensavam parecidos e a vontade que os cercava, talvez, fosse a mesma.

Ele era um quase na vida dela. A vontade de mudar de estado era grande e isso deixava um gostinho de quero mais.

Será que ainda havia incerteza de um talvez? Acho que ela sempre estará ali... isso fazia com que os dois vissem além do que estava pronto para ser visto.

Agora ela desconfiava do destino e acreditava nela e isso à fazia voar em pensamentos.Ele era o responsável por essa viagem do real para o imaginário e nínguem poderia dizer que isso não a estava fazendo bem.
Algo diferente e real bem assim perto dela...





"...um dia seus pés vão me levar, onde as minhas mãos não podem chegar"


sábado, 16 de agosto de 2008

mudança*


Já passei por tantas transformações e me moldei de tantas formas. Larguei os sonhos da minha barbie pelo prazer de viver minhas próprias fantasias... Tive medo de crescer depois que já tinha crescido. Deixei de lado as aventuras de criança quando descobri o amor. Conheci um outro mundo. Talvez tenha antecipado minha maturidade, ou, talvez meu espírito de criança nunca tenha morrido.

Hoje busco o que ficou daquela menina que brincava de casinha fingindo ser gente grande. Sonhos se perderam, sonhos substituíram sonhos. Já quis uma casa grande, uma filha chamada Victória, acreditei que o amor era ter sempre certeza. Sonhos se perderam, sonhos substituíram sonhos. Sou um eterno quebra-cabeças. Talvez sim complicada e perfeitinha. Já errei tentanto acertar, magoei pessoas que eu não queria. Já abracei pensando ser a útima vez e beijei como se fosse a primeira. Já surpreendi, já fui surpreendida. Já quis fazer feliz... Sonhos substituíram sonhos.

O meu agora é o meu conforto. Não vivo à busca de respostas, apenas contento-me em viver o presente e relembro com carinho do meu passado.

Sou uma menina grande que não abandonou a boneca por completo, mas que consegue diferenciar o real do imaginário. Uma eterna sonhadora que não espera acertar sempre, mas que sabe que o erro faz crescer.

Uma garota que hoje busca a felicidade. Que sabe a importancia das verdadeiras amizades e que descobriu que não será a mesma para sempre.

Uma borboleta, um pássaro ou quem sabe uma eterna flor de lís?






"...é que em cada esperiência se aprende uma lição."